terça-feira, 24 de maio de 2011

Considerações finais, Surpresas e Agradecimentos


Após 40 dias de estrada... 13.305km rodados... alguns imprevistos... e muitos novos amigos, podemos dizer que a viagem não só foi fantástica como inesquecível. Empenhei-me ao máximo em relatar o dia a dia da expedição, isto consumiu muitos dias e diversas horas, mas valeu apena. A Expedição Kataya 4x4 - Patagônia 2011 foi um sucesso! Teve de tudo um pouco, valendo à pena relembrar este grupo maravilhoso...

Da esquerda para a direita: Vera, Mírian, Eli, Angela e Ricardo; no meio Christian, Válter, Nô e Stela;
mais a baixo Cláudio e Marísa
Gostaria de agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuíram com a nossa preparação, aos diversos amigos que nos acompanharam, aos Niveiros de plantão por postarem seus recados e sugestões, e aos amigos da Status Lada por todo auxílio prestado.


Sem dúvida alguma o problema mais grave que tivemos foi com o tensor da corrente do motor, algo tão simples de se ajustar, mas que infelizmente desconhecíamos de como fazer no momento da viagem, bem fica a experiência para a próxima, e nossa média de consumo foi de 11,6km/litro.

Antes de finalizar, gostaríamos de dividir uma fantástica surpresa. Praticamente no meio da viagem descobrimos que havia conosco um quarto elemento que estava bem escondidinho... Christian, Mírian, Vermelhinho e Bebe, assim temos a honra de apresentar o mais novo expedicionários do grupo!

Hasta pronto






THE END...    por enquanto!



sábado, 21 de maio de 2011

26/jan. - 40º e último dia de viagem


Mais um dia se iniciava e agora era questão de tempo, estávamos tão perto e ao mesmo tempo tão longe, nada que alguns quilômetros resolvessem já que esta noite dormiríamos em casa, e após um reforçado café da manhã, voltávamos à estrada!

Seguíamos mantendo uma boa velocidade, e quanto mais avançávamos, mais nos recordávamos dos diversos momentos que jamais sairão da nossa memória, que viagem maravilhosa... Em Irati paramos para o almoço, um breve descanso, e estávamos nós novamente na pista.


Tudo ia bem até nos aproximamos de Ponta Grossa, um pouco antes de chegarmos há cidade, o cabo do acelerador se soltou... com o afogador puxado, conduzimos o vermelhinho até um ponto seguro. A primeira impressão que tivemos era que o cabo havia estourado, felizmente ele apenas havia escapado do pedal, reparos realizados e já estávamos prontos para seguir. Este imprevisto seria apenas o primeiro já que o dia prometia mais surpresas.

Aos poucos fomos vencendo os quilômetros, à hora foi passando, e finalmente chegamos ao estado de São Paulo, sendo bem recebidos pela polícia rodoviária que nos mandou encostar.... tudo ok, prosseguimos!



Em Capão Bonito quase ficamos sem combustível graças à boa sinalização, felizmente deu para retornar e encher o tanque. Como todos estes minutos perdidos fariam diferença no final, porem se o combustível acabasse, não ficaríamos na estrada já que tínhamos um bidon com uns 18litros de nafta, mas somente o utilizaríamos se fosse extremamente necessário.

A tarde cedeu espaço para a noite, e quando chegamos a Sorocaba já passava das 20h30, só um pouco mais e estaríamos em casa. Seguindo sentido a Indaiatuba, uma grande tempestade começou a se formar, muitos relâmpagos, e quando chegamos na cidade o mundo desabou em água, quase não tínhamos visibilidade, como era ariscado parar no acostamento e por estarmos tão perto, seguimos tempestade a dentro com o pisca-alerta ligado, avançando quilômetro por quilômetro até à vencermos, após nosso ultimo pedágio, chegávamos em Campinas.

  
Em virtude da tempestade e por ser próximo das 22h, decidimos ir até o centro para jantarmos, que satisfação poder jantar praticamente no quintal de casa, no estacionamento do Habib's da Norte Sul, queríamos festejar, gritar, buzinar, realizar uma verdadeira festa, mas constatamos que o óleo do câmbio estava vazando, havia quebrado o parafuso da quinta marcha que por se movimentar, acabou retirando o tampão, causando o vazamento. Como não podíamos e não queríamos fazer nada, após algumas esfihas e um horrível suco de limão, fomos pra casa torcendo para não ficarmos no caminho.

Por volta das 23h, chegávamos finalmente! como tínhamos que trabalhar no dia seguinte, não podíamos dar ao luxo de descansarmos sem antes descarregarmos o Niva, e como tinha coisa neste carro, somente por volta das 2h da manhã é que finalmente conseguimos descarregar tudo... ufa que dia cheio, mas gratificante !!!

  














Só faltou a festa, que a Mírian me segurou pra não acordar a vizinhança... rsss


Rota do dia: (Paraná) União da Vitória, Paulo Frontin, Mallet, Rio Azul, Irati, Teixeira Soares, Ponta Grossa, Castro, Jaguariaíva; (São Paulo) Itararé, Capão Bonito, Sorocaba, Itu, Campinas... total rodado: não calculado



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dicas de hospedagens

Para todos que sonham em fazer este trajeto, passamos algumas dicas de bons lugares para descansar já experimentados e aprovados! seguindo o nosso roteiro de viagem em ordem cronológica, somente os locais que valem a pena...


Isla Grande de Tierra (Chile)
Hostería Tunkelén - Cerro Sombrero




Tierra del Fuego (Argentina)
Cabañas Aldea Nevada - Ushuaia











Santa Cruz (Argentina)
Hostería Rukahué - El Calafate












Santa Cruz (Argentina)
Camping El Relincho - El Chalten








Aisén (Chile) - Carretera Austral
Cabañas Mi Ruca - La Junta




           



Río Negro (Argentina)
Hotel Huemul - San Carlos de Bariloche







  


Mendoza (Argentina)
Hotel Tunuyan - Tunuyán
Rio Grande do Sul (Brasil)
Hotel Santo Expedito - Ijuí

terça-feira, 17 de maio de 2011

25/Jan. - Haja pneu furado !!!

Acordamos cedo e sem dúvida alguma, tomamos um dos melhores cafés da manhã da viagem! Faltavam ainda cerca de mil quilômetros, então o lema do dia era percorrer o máximo possível, assim voltávamos à estrada, nossa grande companheira.

Mal saímos de Ijuí e já furamos o pneu, que porre, o carro estava lotado e certas ferramentas estavam localizadas em locais um tanto quanto de difícil acesso, e como não tinha outra forma de trocar o pneu o jeito foi encarar a bagunça... rsss

no Rio Grande do Sul, após Ijuí
e antes da Tránsbrasiliana
  















Isto acabou nos tomando um pouco de tempo, pois além de trocar o pneu, tivemos que providenciar o seu concerto alguns quilômetros à frente, já que não podíamos brincar com a sorte, e estava parecendo que precisaríamos mesmo. No final da tarde, já na BR 153, após General Carneiro, pegamos um trecho muito ruim de asfalto que acabou furando o step, como estávamos próximos de um posto, fomos até ele para novamente trocar o 2 pneu furado do dia, tomando um pouco mais de tempo.

Após dois pneus furados e já passados das 18h, decidimos pousar na cidade mais próxima, União da Vitória/PR, ou Porto União/SC, as duas cidades são tão grudadas que entre uma rua e ou outra já estávamos em uma das duas, e entre dois estados, demorou um pouquinho, mas felizmente descansaríamos no Holz Hotel Ríad de União de Vitória/PR, mas acabamos jantando em Porto União/SC, baita confusão.....

a jovem expedicionária Stelinha - El Calafate

Rota do dia: (Rio Grande do Sul) Ijuí, Carazinho, Passo Fundo, Coxilha, Getúlio Vargas, Erechim; (Santa Catarina) Concórdia, Irani, Campina da Alegria; (Paraná) General Carneiro, Jangada do Sul, União da Vitória...
total rodado: não calculado


sábado, 14 de maio de 2011

24/Jan. - Seguindo para casa...

Isla de Los Pájaros - Península Valdés
Como é bom acordar no Brasil, mesmo que seja em plena segunda-feira braba! deveríamos estar voltando ao nosso trabalho, mas felizmente todos já estavam sabendo dos acontecimentos, e que ainda levaríamos ao menos três dias para estarmos em casa.

Acordamos cedo, tomamos um bom café e como ainda estávamos ligados no fuso horário argentino, quando percebemos, já passavam das 10h e ainda não havíamos saído de Uruguaiana, assim não podíamos mais perder tempo e caímos na estrada.

Infelizmente não podemos visitar nossos anfitriões de Novo Hamburgo/RS, Róger e Iandra; em virtude das fortes chuvas que caíram no início do ano em Santa Catarina, mas amigos... o vinho de Mendoza ficará guardado para uma próxima oportunidade! Assim nosso retorno se manteve a oeste, praticamente refizemos o mesmo caminho que havíamos feito no início da nossa jornada.

Em Alegrete paramos para saborear um bom almoço, que saudade do nosso arroz e feijão! vocês nem imaginam o quanto isto faz falta e da riqueza que é a nossa culinária, tudo bem, os bifes de desenho animado argentinos são de deixar saudades, mas nosso arroz e feijão é bem melhor...rsss

Seguimos até o sol começar a se por, paramos em Ijuí, uma simpática cidade do Rio Grande do Sul, ficamos no Hotel Santo Expedito, um charme de hotel, barato e muito confortável! Após um bom banho, fomos para o centro jantarmos. Não rodamos muito, porem após tanta adrenalina no dia anterior inclusive com quase a nossa apreensão na Argentina, nada como relaxar, estávamos no Brasil, nossa terra!

Torres del Painé - Chile
Lago Escondido - Ushuaia - Argentina
  















Rota do dia: (Brasil - Rio Grande do Sul) Uruguaiana, Alegrete, Manuel Viana, Santiago, Jóia, Augusto Pestana, Ijuí....
total rodado: 414km


terça-feira, 3 de maio de 2011

23/Jan. - Um dia repleto de emoções

Após percorrermos um longo caminho repleto de histórias e aventuras, amanhecíamos em nosso último dia de jornada na Argentina, restavam apenas 539km até Uruguaiana, algo normal e totalmente possível, porem o dia prometia muita emoção, não apenas por retornarmos a nossa casa Brasil, mas devido aos diversos acontecimentos do dia.

Acordamos cedo e fomos tomar o café da manhã, até ai tudo bem, mas de repente! Vimos no noticiário matinal que a província de Entre Ríos estava com protestos dos ruralistas, a polícia estava em greve, o exercito estava na rua para manter a ordem, e que ainda havia uma grande possibilidade dos ruralistas fecharem as principais estradas em mais um dia de protesto. Ficamos preocupados, não tínhamos conhecimento da dimensão dos fatos, e sabíamos que teríamos um bom trajeto a percorrer nesta província, praticamente a cortaríamos ao meio, assim não podíamos perder tempo.


Seguimos para Santa Fé, lá chegando paramos para fazer algumas comprinhas de “cerveza Quilmes” e deliciosas cerejas, alias quem vier para estas terras, não deixem de saborear esta deliciosa fruta. Seguíamos viagem sempre com o auxílio de um mapa e do GPS, sedo de muita utilidade ainda mais quando se cruzava uma grande cidade, aos poucos nos sentíamos mais próximos do nosso Brasil, estava tudo calmo, não havia protestos ao longo do caminho, e íamos avançando sem pressa, passamos por algumas barreiras policiais que não estavam ativas, mesmo existindo um ou outro policial, porem na última barreira policial, a única ativa até o momento, podemos constatar o que muitos já haviam falado da província de Entre Ríos, o policial simplesmente pediu um dinheiro para o café na cara dura, a Mírian não acreditava no fato até que me viu dando o dinheiro.

Após esta barreira ficamos mais aliviados, acabávamos de passar pela última barreira e era questão de tempo até chegar a Uruguaiana, triste engano! Faltando menos de 30km, por volta das 17h, nos deparamos com um posto do exército, infelizmente éramos os únicos na pista e fomos parados, pediram a habilitação e a carta verde, detalhe... a carta verde havia vencido na sexta-feira. O militar efetuou a contagem e verificando o vencimento, solicitou que o acompanhasse até o seu superior, foi muito portunhol, durante cerca de meia-hora se seguiu um verdadeiro impasse, se aplicariam a multa, mas não poderiam aplicar tal multa, ou aprenderiam o veículo, mas também não tinham como mantê-lo no local, o sargento se limitou a falar que a carta verde era muito importante e lavou as mãos, coube ao militar que se sentiu pressionado a tomar uma decisão, e assim foi até que outro militar bateu no vidro da janela de fora, solicitando uma posição já que outros militares haviam ido até a Mirian, que estava no carro, para saber se estava tudo bem.

Finalmente veio o veredicto, ele iria nos liberar, porem informou que deveríamos tirar uma nova carta verde antes de cruzarmos a fronteira. Ao chegar no carro, contei o ocorrido informando que tínhamos sido liberados e que deveríamos tirar uma nova carta verde antes de cruzar a fronteira; em pleno domingo, pelo horário só estaríamos na cidade por volta das 20h, sendo praticamente impossível providenciar tal documento!


Chegando em Paso del Los Libres, simplesmente não encontrávamos a fronteira, entramos quase no meio de uma favela, nos perdemos pelo centro e não utilizávamos mais o GPS por achar que ele estava ajudando a se perder mais ainda, tínhamos um plano, já que não teria como emitir uma nova carta verde, o plano era chegar o mais próximo da fronteira e a Mírian seguindo a pé, verificaria se seria possível cruzarmos de carro; porem o tempo ia passando e a noite começava a cair, o que aumentava ainda mais nosso desespero. Em mais um momento de sorte, nos deparamos com uma Parati com placas de Uruguaiana, então saímos como loucos atrás do veículo, até que ele parou e nos atendeu.

Era um argentino que morava em Uruguaiana, ele nos informou que não seria necessário tirar uma nova carta verde e que na fronteira não pediriam este documento, assim se ofereceu como guia até a fronteira, e se ele não tivesse aparecido, levaríamos muito mais tempo até encontrá-la. Lá chegando continuamos seguindo o argentino, porem ele era conhecido do pedaço e passou, já nós fomos parados, no momento só pediram que retornássemos e déssemos baixa nos passaportes, após uma verdadeira muvuca de turistas, conseguimos dar baixa no passaporte, rezando que não solicitassem a tal carta verde, tudo Ok, seguimos novamente para a cancela, com alguns carros a nossa frente, ficamos aguardando até nossa hora, só que não seria fácil!

Apareceu um rapaz que ficou nos observando, olhando, até que deu alguns passos e se identificou: “Receita Federal, encosta ali!” É o rapaz pediu permissão para olhar o carro, verificou algumas malas, perguntou se gostaríamos de declarar alguma coisa sem ser a cerveja, e após uns 20 minutos ele nos liberou, como o militar da fronteira já tinha nos atendido, ele se dirigiu até o nosso encontro verificando os passaportes, nos liberando em seguida, após finalmente cruzarmos a fronteira e a ponte, estávamos em casa. Meu pai foi a primeira pessoa com quem falamos por telefone logo que cruzamos a fronteira, ele ligou para saber se já tínhamos chegado, após informarmos que estava tudo bem, seguimos para o hotel Fares Turis, que o Nô havia indicado quando passou por Uruguaiana.


Finalmente terminávamos o agitado domingo, no Brasil, na praça central, regado a um bom chopinho....