quinta-feira, 3 de março de 2011

16/Jan. - Um dia que não terminou bem...

Conseguirmos descansar em um dos poucos hotéis que existia e tinha vaga, já que o mesmo não fornecia café da manhã além do chuveiro e banheiro ser comunitário, e após uma ducha, fomos primeiramente abastecer o Niva, já que ao longo do caminho até Chos Malal, não encontramos Nafta (gasolina) nas cidades anteriores, nos dirigimos ao posto YPF do centro e lá chegando pegamos simplesmente três quarteirões e meio de fila até finalmente podermos completar o tanque e ainda quase completar um galão, alias o combustível do galão nem foi utilizado no restante da viagem, acabamos trazendo para casa!

Tanque cheio nos dirigimos até um mercado e providenciamos algumas compras para o café da manhã, lanchamos ali mesmo na praça central e dentro do Vermelhinho, pão quentinho com manteiga, alias a manteiga argentina é muito mais saborosa e melhor que a brasileira, sem falar que não se encontra margarina em lugar algum do país, bem com a utilização do GPS, cortamos a cidade ao meio e seguimos viagem... nossa meta, Mendonza!


Novamente na Ruta 40 entre suas retas intermináveis com asfaltos bons e ruins, a media que avançamos a pista foi piorando até novamente enfrentarmos longos trechos de rípio, inclusive com dunas tanto na pista como ao longo dela, era uma areia muito fina se tornando quase armadilhas ao longo do percurso, não podia dar bobeira já que nos poucos trechos que cruzamos por ela, esta areia muito fofa afundava e segurava o carro, e assim um simples e rápido trecho se prolongou inclusive tendo à presença de alguns desfiladeiros em certo momento.

Por estas regiões já não existiam mais barreiras policiais que se posicionavam sempre na entrada e saída das cidades, uma coisa comum para eles, mas extremamente chata para nós que não somos acostumados, alias com o passar do tempo acabamos descobrindo que nós brasileiros é que nos matamos por tanto trabalhar, não termos a tal siesta para descansar, faltam barreiras policias para inibir a criminalidade, em suma, os argentinos sabem levar a vida melhor que nós!


Pois bem, à medida que avançamos inclusive  mantendo uma boa velocidade nos trechos que podíamos cerca de 100km/h, ficava claro que não seria possível chegar a Mendonza ainda de dia, e como a cidade é uma espécie de São Paulo, contendo outras várias cidades ao seu redor, Luján de Cuyo se tonou uma boa opção para pousarmos, porem faltando cerca de 70km até Luján, ficamos pelo caminho.

Domingo, por volta das 22h, na pista, no escuro, sem amigos por perto, não tínhamos a mínima noção de como poderíamos providenciar um guincho, o único contato que tínhamos era do mecânico de Trelew, na cara de pau entramos em contato por telefone com ele, mas como ele estava muito longe, não tinha como nos ajudar, a polícia local também nem atendia nosso telefonema, assim o Christian acabou tendo que deixar a Mírian no carro e foi atrás de ajuda, mas nada, a única coisa que encontrou foi um mecânico bêbado de bicicleta que ainda nos levou $30 pesos com a desculpa que precisava para abastecer o guincho, bem ele havia pedido $100!


Como não tinha mais o que fazer, a idéia seria passar a noite no carro até a manhã seguinte, carro devidamente sinalizado com os dois triângulos, nem percebemos a que horas caímos no sono, quando de repente por volta das 2h da manhã fomos despertados por um simpático argentino em um ford Ka branco, Fabian nosso salvador, embora falasse rápido gesticulando que viu os triângulos solicitando ajuda, este simpático senhor de camisa e bermuda social, nos cambou primeiramente a um posto no centro de Tunuyán, quando a Mírian percebeu o que estava acontecendo, o ford Ka já estava nos puxando, após um breve diálogo, Fabian nos levou até sua casa, lá estacionamos o Niva em sua garagem, nos levando posteriormente em uma caminhonete Ford antiga até o Hotel Tunuyan, onde passaríamos a noite após um dia que não terminou bem...

Rota do dia: (Argentina) Chos Malal, Buta Ranquil, Barrancas, El Zampal, Bardas Blancas, Malargüe, San Rafael, Pareditas, San Carlos, Tunuyán... total rodado: 606km


terça-feira, 1 de março de 2011

15/Jan. - Simplesmente um dia incrível !


Embora Bariloche fosse uma cidade encantadora e com muitas atrações a serem vistas, nossa jornada já estava chegando ao fim, mas como ainda faltava chegar até Mendonza, não podíamos perder tempo e após um bom descanso, partimos para mais um dia repleto de aventura.

Acordamos cedo e a sensação de tomarmos café ao lado do lago Hahuel Huapi era simplesmente mágico, sem falar da emoção de podermos caminhar a sua margem. Como o dia seria longo iniciamos nossa jornada rumo aos sete lagos, ao longo do trajeto passamos pela charmosa Villa la Angostura, de lá após enfrentarmos um precário trecho com muito pó e rípio, em virtude dos preparativos para asfaltamento, seguimos para San Martin de Los Andes.


     
  
Na bela cidade de San Martin de Los Andes, realizamos uma longa parada pro almoço no restaurante Don Florencio, foi uma bela pedida por termos o privilégio de saborearmos a melhor carne regada a vinho, um lugar recomendado a quem passar por estas bandas.

  
  
  
Porem como não podíamos parar, lá estávamos nós novamente na Ruta 40, enfrentando retas intermináveis e paisagens a perder de vista, no mesmo terreno semi-árido, porem para nossa alegria o percurso todo era de asfalto, assim seguimos até Chos Malal acompanhados por uma tempestade que vinha em nosso encalço, felizmente chegamos antes que ela nos alcançasse.

O percurso do dia foi tão fantástico que se torna difícil descrever as belas paisagens e lugares que passamos, também não posso esquecer de comentar que tivemos que amarrar o capo devido aos fortíssimos ventos na cidade de Zapala em virtude da aproximação da tempestade, ou de avistarmos como companhia constante a tempestade que causou muitos estragos pela argentina.

Rota do dia: (Argentina) San Carlos de Bariloche, Villa La Angostura, San Martin de Los Andes, Junin de Los Andes, Zapala, Las Lajas, Chos Malal... total rodado: 592km